Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 11,6% no trimestre encerrado em nov/21, o que corresponde a 12,4 milhões de brasileiros desocupados. Desta forma, houve queda na taxa de desocupação, tanto em relação ao trimestre anterior encerrado em ago/21 (13,1%) quanto em relação ao mesmo período de 2020 (14,4%). Relativamente ao período encerrado em nov/20, a queda na desocupação ocorreu com o aumento de 9,7% na população ocupada e de 6,2% na população economicamente ativa (força de trabalho).
O rendimento médio das pessoas ocupadas foi de R$ 2.444 no trimestre encerrado em nov/21, configurando uma queda de 11,4% em relação ao valor do mesmo período do ano passado (R$ 2.757). A massa de rendimento real não teve variações estatisticamente significativas em ambas as comparações (trimestral e anual).
Os dados da Pnad Contínua continuam mostrando a retomada consistente da ocupação à esteira da reabertura econômica com o controle da pandemia pela vacinação. No entanto, como temos destacado, o maior número de pessoas ocupadas não tem resultado em aumento da massa real de salários, que permanece estagnada, tanto em função de rendimentos menores dos novos postos de trabalho quanto pela inflação, limitando a capacidade de consumo das famílias.
Vale lembrar que, apesar da retomada, os segmentos mais afetados pela pandemia ainda não retomaram seu patamar pré-crise e mostram espaço para avançar à medida que se caminha para uma resolução mais definitiva da pandemia; Alojamento e Alimentação ficaram ainda 9,9% abaixo do mesmo trimestre em 2019, diferença que fica em -8,6% para Transporte e -13,9% para Outros Serviços. O cenário para continuidade da retomada do mercado de trabalho responderá ao ritmo da atividade econômica ao longo de 2022, em que a desaceleração deve ganhar força em um ambiente contracionista diante da política monetária restritiva (juros acima do neutro).
Fonte