A Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T) passou a ser oficialmente administrada pela CPFL Energia. Na manhã desta quinta-feira (14/10), o governador Eduardo Leite assinou o contrato de venda, encerrando o segundo processo de privatização da atual gestão.
“É possível que, lá no passado, fizesse sentido que o Estado administrasse uma companhia de energia elétrica. Não podemos julgar com os olhos de hoje as decisões que foram tomadas em outro contexto econômico e político. Mas nos cabe, sim, perceber que os tempos mudaram e que atualmente é mais interessante, do ponto de vista do interesse público, que o Estado diga o que quer, mas deixe a operação com o setor privado, que é mais ágil, tem mais capacidade de se financiar e de fazer os investimentos necessários. Também de se atualizar tecnologicamente e garantir que esses investimentos deem espaço para o crescimento econômico que é demandado por todos. No caso da energia, ter energia com qualidade, segurança e confiabilidade, e não apenas ter uma empresa de energia”, disse o governador Leite.
A CPFL Energia venceu o leilão de privatização do controle da CEEE-T em julho, ao apresentar proposta de R$ 2,67 bilhões, com ágio de 57,13%. O valor inicial estabelecido era de R$ 1,7 bilhão.
Segundo o governador, essa e as demais privatizações estão injetando recursos no caixa do Estado e estão possibilitando a retomada de investimentos em obras e melhoria de serviços públicos, mas os próprios investimentos feitos pelas companhias que compraram as estatais significarão melhoria de serviço público, emprego, renda e movimentação da economia do Rio Grande do Sul em curto prazo.
“No médio e longo prazo, vão abrir espaço para que outros investimentos aconteçam pela garantia de energia, saneamento, distribuição de gás, entre outros serviços de qualidade que serão oferecidos para os investidores, melhorando o ambiente para empreendedores aqui no RS”, acrescentou o governador.
A CEEE-T tem 56 subestações, que somam potência instalada própria de 10,5 mil MVA, e opera outras 18 unidades. A empresa também é responsável pela operação e manutenção de 6 mil quilômetros de linhas de transmissão (5,9 mil quilômetros próprios) e cerca de 15,7 mil estruturas (quase 15,3 mil próprias).
Entre os benefícios da troca de controle da CEEE-T, cujos estudos, modelagem da privatização e avaliação da companhia foram coordenados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão a melhoria da confiabilidade do sistema elétrico para o Estado e o Brasil, o potencial promissor de crescimento com geração de emprego e renda e a maior agilidade nas contratações e execução de novos empreendimentos.
“Hoje é mais um dia histórico. Um período de reestruturação e desenvolvimento do Estado. A transferência do controle acionário para a CPFL Energia é mais um passo para a modernização, garantia de melhores serviços e eficiência desta fonte essencial na vida de todos: a energia elétrica”, afirmou o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana.
O segmento de transmissão de energia é o segundo braço do Grupo CEEE a ser privatizado, após a conclusão da venda da CEEE Distribuidora (CEEE-D), no fim de março.
O edital do segmento de geração de energia, a CEEE-G, deve ser lançado até o fim de 2021. Ainda haverá, no dia 22 de outubro, a privatização da Companhia de Gás do Estado (Sulgás) e, em fevereiro de 2022, a privatização da companhia de saneamento (Corsan).
Sobre a CPFL Energia
A CPFL Energia, há 108 anos no setor elétrico, atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão, comercialização e serviços. Desde 2017, o grupo faz parte da State Grid, estatal chinesa que é a segunda maior organização empresarial do mundo e a maior empresa de energia elétrica, atendendo 88% do território chinês e com operações na Itália, Austrália, Portugal, Filipinas e Hong Kong.
Focada em uma forma mais sustentável de produzir energia, tem na CPFL Renováveis a maior empresa de geração da América Latina a partir de fontes alternativas, com um portfólio baseado em fontes limpas como grandes hidrelétricas, usinas eólicas, térmicas a biomassa, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e usina solar. Em geração, é a terceira maior agente privada do país, com capacidade instalada de 4.303 megawatts (MW).
Com 14% de participação, a CPFL Energia é uma das maiores empresas no mercado de distribuição, totalizando cerca de 10 milhões de clientes em 687 cidades, entre São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Na comercialização, é uma das líderes no mercado livre, com participação de mercado de 4%. É líder na comercialização de energia incentivada para clientes livres entre as comercializadoras.
A CPFL Energia tem ações listadas no Novo Mercado da B3. O Grupo também ocupa posição de destaque em arte e cultura, entre os maiores investidores brasileiros, por meio do Instituto CPFL.
Texto: Suzy Scarton e Vanessa Kannenberg
Edição: Marcelo Flach/Secom